Porto Alegre (RS), Brasil. Fonte: Site VemVoar

Se você ainda não sabe o que são as cidades resilientes, este artigo veio para te ajudar. Vamos lá!

Quais os riscos que as cidades enfrentam?

As cidades são, historicamente, o epicentro da atividade humana, sendo assim, essas localidades possuem diversas características que definem nossas atividades econômicas, relações políticas, sociais e culturais. Desse modo, a sua alta concentração de pessoas e atividades junto a falta de planejamento urbano adequado e uma má gestão pública, podem potencializar grandes mudanças no cotidiano das cidades, como o inchaço populacional, a poluição, congestionamentos no trânsito, problemas habitacionais, entre outras. Essas mudanças ocorrem de forma significativa e precisam do controle governamental para que não agravem o bem-estar da população e causem riscos para os habitantes.

Além disso, mudanças maiores decorrentes de alterações climáticas, fortes chuvas, desastres naturais, transmissão de doenças infecciosas (como a COVID-19), podem causar danos drásticos ao sistema de saúde pública, a infraestrutura urbana e ao meio ambiente, o que impacta diretamente a vida das pessoas.

Segundo a ONU-HABITAT, mais de 70% da população mundial viverá em cidades até 2050, dessa forma o número de habitantes nas cidades promete aumentar consideravelmente nas próximas décadas e com a maior parte das pessoas vivendo nas cidades, elas estão cada vez mais vulneráveis a desastres, sejam eles de ordem natural ou não. A gestão inadequada de recursos hídricos e sistemas de drenagem ineficientes, por exemplo, podem causar deslizamentos de terra, alagamentos e inundações, entre outros inúmeros problemas.

Dessa forma é importante que os gestores públicos estejam preparados para os diversos tipos de adversidades e desastres naturais ou urbanos que podem ocorrer, o que requer que os governos locais tenham meios eficientes de fiscalização e planejamento para colocar em prática ações que possam mitigar esses problemas. Que a atuação governamental possa agir, através das políticas públicas de forma preventiva e capaz de se adaptar mediante os desafios que podem surgir.

Cidade Resiliente: Uma cidade preparada para os seus habitantes

Uma cidade resiliente, portanto, é aquela que tem capacidade de se recuperar de forma rápida minimizando os eventuais danos, seja ele qual for. Essas localidades conseguem vencer de forma mais organizada esses desafios, minimizando as perdas humanas bem como evitando que o patrimônio seja destruído, ou seja, elas sofrem menos impacto.

Além de desastres naturais, aos quais infelizmente qualquer localidade está sujeita, as cidades resilientes são aquelas que têm condições de oferecer uma melhor condição de vida aos seus habitantes. Assim, trata-se de uma medida que beneficia a todos. A redução dos riscos de desastres diminui as desigualdades sociais, favorece a geração de empregos e resulta em ecossistemas mais equilibrados. Em outras palavras, isso significa que no final das contas todos os envolvidos saem ganhando, tendo à disposição uma cidade que proporciona uma maior qualidade de vida.

A sua cidade está preparada para o futuro?

A campanha “Construindo Cidades Resilientes”, da Organização das Nações Unidas (ONU), orienta os governos a criarem estratégias de adaptação e resistência aos impactos causados pelos desastres naturais. A ideia é que todos possam se envolver nessa discussão, apontando os principais problemas a serem resolvidos bem como quais são as soluções esperadas para que todos possam estar mais seguros em situações adversas.

No entanto, vemos que temos um grande caminho pela frente. O impacto das mudanças climáticas no Brasil afetará primordialmente as cidades, visto que 85% da população brasileira é urbana. A população das cidades no Brasil é submetida a enchentes, períodos de seca com escassez de água nas torneiras, deslizamentos, doenças endêmicas (como a dengue), e outras situações que colocam em risco a integridade física dos cidadãos.

Nesse sentido, pensando na gestão do seu município, o mesmo atua para que a cidade possa se tornar resiliente? E você, como cidadão, tem contribuído para isso?

3 práticas resilientes para os cidadãos:

1.Hábitos de Consumo: Economizar água e energia, cuidar do meio ambiente, praticar os 3R’s (reduzir, reciclar e reutilizar), em prol da sustentabilidade e qualidade de vida.

2.Se informar: Conhecer a sua realidade local, entender as virtudes e carências para elaborar práticas e vivências que ajudem no cotidiano. Buscar informações seguras e benéficas.

3.Agir politicamente: Participar de debates, conversar e pensar sobre a temática e compartilhar com amigos, familiares e comunidade do seu bairro. Não compartilhar Fake News. Participar na tomada de decisões do seu município, interagir com o poder público local e reivindicar seus direitos.

 


Autoria: Ana Lívia da Silva dos Santos – Graduanda em Administração Pública e Gestão Social (UFCA), membro do Laboratório de Estudos em Gestão de Cidades e Territórios (LaCITE)